quarta-feira, 3 de dezembro de 2008

Liberdade...

... Olá pessoal!
Engraçado como as coisas acontecem comigo... Estava eu numa aula da faculdade e recebi um bilhete de uma amiga e dizia mais ou menos isso: "atualiza teu blog!". Tudo bem, chego em casa e ligo o meu PC, abro o clássico - conhecido de todos - Orkut e recebo uma notícia. Péssima, horrível. Acho que minha forma de desabafar é agora pondo em letras tortuosas o que está me entalando.

Bom, todos sabem que eu dei uma passadinha no Bairro Liberdade em São Paulo e "fiz a festa"; além de ver muitos japoneses (meu sonho de consumo particular), comprei umas bugingangas e tive a liberdade de estourar meus cartões de crédito; não me arrependo, a conta está no zero, porém a satisfação de comprar, a Liberdade prejudicial do consumismo me inebriou... Agora é pôr a cabeça e os gastos do lugar.

Ainda falando da aula, o tema era sobre anticoncepção. Calma, não fazíamos apologia ao aborto, falavamos dos clássicos: camisinha, DIU, pílulas e todo o resto. E a anticoncepção mostra que o casal agora tem livre arbítrio de decidir se quer ou não passar metade de seu DNA adiante. Quando ia para Sampa, conversei a viagem toda com uma senhora super gente boa, de mente aberta chamada Tereza - ou Teresa - e ela me disse que de suas três filhas, uma decidiu não ter filhos, ou melhor o casal decidiu. Posso até estar errada, no entanto percebi ser esta a filha preferida dela, ela falava dos projetos que a filha fez, o nível de cultura espetacular, a união do casal mesmo sem filhos ("parecia um casal de namorados recente!").

Não, também não faço apologia ao casal sem filhos e/ou muito menos que filho é atraso de vida, o que novamente quero reforçar é a Liberdade de decisão que nos é dada e de que tipo de família queremos constituir. Liberdade de decidir se quer ter 12 filhos ou nenhum, liberdade de dormir a madrugada toda sem escutar o choro gostoso de uma criança (acreditem eu entendo de choro de criança, o da minha sobrinha é o maus gostoso do mundo), liberdade de decidir se quer viajar com o marido a hora que bem entender, sem se preocupar se o filho está de férias ou não...

Entretando vocês me perguntam: "mas por que diabos tu estás a escrever tudo isso?! O que foi a maldita notícia que tu recebestes?". É, amigos... É difícil falar quando a gente perde uma pessoa conhecida e mais ainda quando perdemos uma pessoa querida. Este fim de semana fiz minha alegria no bairro da Liberdade enquanto uma pessoa que há muito tempo atrás foi próxima a mim estava passando por dificuldades na vida. O caminho escolhido por ela foi um tanto quanto radical: ela ceifou a própria vida. Garota nova, muito bonita, extrovertida... Claro tinha seus defeitos como todos, brigamos algumas vezes por besteira, outras por ego, mas no fundo eu sentia um carinho por ela. Tinhamos um sonho de fazer um mangá. Eu, ela e mais dois amigos. engraçado não? Os tempos passam, os sonhos amadurecem e algumas coisas são deixadas para trás, todavia a lembrança sempre continua. E.. Ela teve a Liberdade de viver ou morrer. Pena ela ter escolhido a segunda via; mas é a liberdade dela e de todos nós. Cada um escolhe como quer morrer "se numa cama quentinha bem velhinha" ou no auge de seus 20 e poucos anos. Salvo as exceções que conhecemos de acidentes e afins.

O que quero dizer neste desabafo entruncado é que todos nós temos liberdade de escolha, seja desde gastar uma grana útil em coisas inúteis, como queremos viver e como queremos morrer. Porém, caro leitor, nossa liberdade de escolha também tem um preço, será que estamos dispostos a pagar? E os outros próximos a nós também estão dispostos a pagar? Minha Liberdade de escolha com um cartão de crédito vai me custar um mês apertado. A Liberdade daquele casal sem filhos é viajar e ter o que fazer, mas será que o custo de não ter um filho foi realmente superado? Sei que eles tem cachorros, mas será que adianta mesmo? É o preço... E esta minha companheira de sonho teve a Liberdade de escolher como morrer, mas o preço não foi elevado em demasia? E não foi só ela, já vi alguns casos também de conhecidos, uns muito próximos outros nem tanto. Sofro sim, sendo conhecido ou não, talvez pelo fato de entender que às vezes mostramos estar felizes e no fundo estarmos um caco. É duro guardar setimentos para si, mas é o (meu) preço a pagar. Não, não tenho ideação suicida, só entendo o "spleen" dessas pessoas.

A mensagem que quero passar é: sejam livres para viverem, morrerem e serem do jeito que quiserem. Mas pense se tua Liberdade é tão realmente só tua. Estás disposto a pagar o preço de tuas escolhas livres?

Kissu!