terça-feira, 4 de maio de 2010

Mãe por 30 minutos...

Olá caros leitores!!

Após ter recolhido as teias de aranha de meu blog volto a postar novamente! Ufa! Estava sentindo falta de escrever, no entanto não tinha nenhum tema que fosse ao ponto de me chamar a devida atenção!

Aproveitando a semana que antecede o fim de semana do dia das mães, nada mais justo falar sobre elas... As mulheres que passam entre 38 a 42 semanas (em média) carregando nós, como fetos, para depois nos expulsar do ventre após penosos 10cm de dilatação – perdão, caros leitores, passar pela Ginecologia/Obstetrícia pela facul me deixa assim. Após o parto elas deixam de serem donas de si para serem donas de um novo ser vivo, deixam de ser mulher para ser a “mãe que padece no paraíso”.

O engraçado é que mulher já padece no paraíso muito antes de ser mãe. Usamos alto alto, espartilho – hoje substituída pelas cintas de compressão porém o grau de tortura é o mesmo - e maquiagem. Lutamos por cargos com os homens, ganhamos e trabalhamos com salários menores. Em casa, temos que ser “a boa esposa”... Padecemos no mundo dos negócios e no mundo dos amores. Embora algumas famílias já adotem um sistema mais igualitário de tarefas, via de regra é assim que funciona para nós, mulheres.

E o próximo passo é ser mãe. Além de morrer tentando voltar ao corpo pré-gravídico, elas voltam ao salto alto, espartilho e maquiagem. Voltam ao emprego, voltam para o lar... Como dar conta? A sociedade exige tanto da mulher para que seja “Super- Mulher + Super- Profissional + Super-Mãe” que é humanamente impossível em 24 horas ela ser tão super. E ai vem a escolha: onde ela será super e onde ela falhará?

Algumas escolhem o lado super-mulher e escolhem (conscientemente ou não) se fracassarão como mãe ou com profissional... Outras escolhem ser super-mãe... Porém eu me deparei desde que comecei o meu curso de G.O. com a Super-Profissional + Super-Mulher... A mulher é Phodda: cabelo arrumado, maquiagem bem feita, tratamento estético em dia, sapatos de tirar o chapéu (trocadilhos... trocadilhos...). Alguns acham ela arrogante, prepotente... Realmente ela não é nem um pouco “Lady” para falar as coisas, é curta e grossa; bem ao estilo Sem -Cerimônias - Para - Tragédia, mas a mulher sabe e sabe muito! De colocar médicos residentes (e eu muitas vezes) no miudinho quanto a dedicação ao estudos. Sentia uma raiva de ser chamada a atenção, mas ao mesmo tempo admiro muito essa mulher. Estranho, né? Levava pito, mas parecia que estava levando um puxão de orelha de... Mãe!

Ela “deixou” o ambulatório que ministrava com a gente (na verdade ela não é mais chefe, então não tem mais as obrigações de chefe, todavia aparece por lá sempre que pode). Eu achei estranho ela que parecia ter uma dedicação ímpar sem mais nem menos largar tudo. Quando hoje estava passando um caso de Ginecologia para ela e perguntaram por qual razão deixou o ambulatório e ela disse: “meu filho falou numa auto-biografia da escola que a mãe só tinha 30minutos por dia com ele, então resolvi colocar as prioridades antes”.

Confesso que fiquei chocada com a frase, por outro lado eu entendi e comecei a pensar na minha vida daqui uns anos: casada, bem sucedida (se deus quiser) e mãe. Será que eu vou precisar de uma redação para mudar meu foco de Super-Mulher e Super-Profissional e me dedicar ao lado Super-Mãe? Sem querer, esta professora me ensinou mais uma lição.

Beijos e mordidinhas, caros leitores!